Exegi monumentum aere perennius
regalique situ pyramidum altius,
quod non imber edax, non aquilo impotens
possit diruere aut innumerabilis
annorum series et fuga temporum.
non omnis moriar multaque pars mei
vitabit Libitinam; usque ego postera
crescam laude recens, dum Capitolium
scandet cum tacita virgine pontifex.
dicar, qua violens obstrepit Aufidus
et qua pauper aquae Daunus agrestium
regnavit populorum, ex humili potens,
princeps Aeolium carmen ad Italos
deduxisse modos. sume superbiam
quaesitam meritis et mihi Delphica
lauro cinge volens, Melpomene, comam.
Erigi um monumento mais duradouro do que o bronze
do que a régia construção das pirâmides mais alto
que nem a chuva voraz, nem o Áquilo impetuoso
podem desfazer, nem a inumerável
série dos anos, nem a fuga do tempo.
Nem tudo de mim morrerá, e grande parte de mim
escapará a Libitina; da posteridade
eu crescerei jovem no louvor, enquanto o Capitólio
subir, com a tácita virgem, o pontífice.
Dir-se-á de mim, onde quer que brame o violento Áufido,
por onde que, pobre em águas, o Dauno sobre
agrestes povos reinou, que de humilde me tornei forte,
que fui o primeiro que o verso eólico
para as medias ítalas trasladou. Assume o brio
ganho com mérito, e com o délfico louro
cinge-me, benévola Melpómene, os cabelos.
Tradução de Rui Miguel Duarte
*Rui é poeta e professor, autor de MUTA VOX e Subida (ambos de 2011). Mantém o blog novas criações e colabora aqui no Mar Ocidental.
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