segunda-feira, 29 de julho de 2013

O DOMICÍLIO DO POETA


O DOMICÍLIO DO POETA 

 O poeta não pára, está sempre viajando.
 Inquieto em si mesmo e sem rumo certo 
É fácil notá-lo sobre os mares velejando, 
Outras vezes, ele é visto nas areias do deserto. 

 Muitas vezes, sai da terra, pra beijar as estrelas. 
Debruça-se sobre a lua e ousa abraçar o sol 
Desliza calmo e sereno sobre as nuvens ao vê-las 
Colorir o lindo céu que doura o formoso arrebol. 

 Seu voo é ainda mais alto, ele busca a eternidade 
Encontra-se na vastidão do espaço imenso 
Flutuando em devaneios, mas quer realidade. 

 E não encontra nos liames do cosmo extenso 
Descobre que tudo aqui é mera efemeridade 
E volta satisfeito pra compor no seu silêncio. 

 Natanael Santos

sexta-feira, 26 de julho de 2013

DONDE VEM

DONDE VEM 

os anjos bem anseiam perscrutar 
e os profetas nos indícios notificados 
pelo vento até mesmo os poetas ao rasgarem
na matéria pétrea o veio 
da extracção da palavra bruta

ninguém sabe, ninguém percebe 
donde vem de que ponto cardeal,
a não ser as almas simples
as que se encantam dos cantos dos pastores
dos olhos claros das crianças,
ninguém de que lado do monte desce
o orvalho

e é o orvalho que importa
e nos limpa a sede

Rui Miguel Duarte
22/07/13

segunda-feira, 1 de julho de 2013

MODO DE VER ALGUMAS COISAS



“A máquina de escrever é sagrada/ o poema é sagrado”
Allen Gisnsberg


O naipe de instrumentos do Salmo 150 é sagrado
A distância que vai da minha alma
ao céu é sagrada, O pó da terra
que David levantou diante da Arca a dançar
é sagrado, A dança é sagrada
Os cordeiros que deram os seus últimos
balidos no Egipto são sagrados
As águas do Jordão são sagradas, O mar
da Galileia que suportou o peso do Eterno
é sagrado, tudo o que foi criado
todas as formas da criação são sagradas
até as portas da morte
do Salmo nove são sagradas.

1/7/2013
© João Tomaz Parreira

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