Georges Braque - Loiseaux bleu et gris
COMPETIÇÃO
O mar é belo.
Muito mais belo é ver um barco
no mar.
O pássaro é belo.
Muito mais belo é hoje o homem
voar.
A lua é bela.
Muito mais bela é uma viagem
lunar.
Belo é o abismo.
Muito mais belo o arco da ponte
no ar.
A onda é bela.
Muito mais belo é uma mulher
nadar.
Bela é a montanha.
Mais belo é o túnel para alguém
passar.
Bela é a nuvem.
Mais belo é vê-la de um último
andar.
Belo é o azul.
Mais belo o que Cézanne soube
pintar.
Porém mais belo
que o de Cézanne, o azul do teu
olhar.
O mar é belo.
Muito mais belo é ver um barco
no mar.
Muito mais belo é ver um barco
no mar.
O pássaro é belo.
Muito mais belo é hoje o homem
voar.
A lua é bela.
Muito mais bela é uma viagem
lunar.
Belo é o abismo.
Muito mais belo o arco da ponte
no ar.
A onda é bela.
Muito mais belo é uma mulher
nadar.
Bela é a montanha.
Mais belo é o túnel para alguém
passar.
Bela é a nuvem.
Mais belo é vê-la de um último
andar.
Belo é o azul.
Mais belo o que Cézanne soube
pintar.
Porém mais belo
que o de Cézanne, o azul do teu
olhar.
O mar é belo.
Muito mais belo é ver um barco
no mar.
A flauta que me roubaram
Era em S. José dos Campos.
E quando caía a ponte
E quando caía a ponte
eu passava o Paraíba
numa vagarosa balsa
como se dançasse valsa.
O horizonte estava perto.
A manhã não era falsa
como a da cidade grande.
Tudo era um caminho aberto.
Era em S. José dos Campos
no tempo em que não havia
comunismo nem fascismo
pra nos tirarem o sono.
Só havia pirilampos
imitando o céu nos campos.
Tudo parecia certo.
O horizonte estava perto.
Havia erros nos votos
mas a soma estava certa.
Deus escrevia direito
por pequenas ruas tortas.
A mesa era sempre lauta.
Misto de sabiá e humano
o vizinho acordava
tranqüilo, tocando flauta.
Era em S. José dos Campos.
O horizonte estava perto.
Tudo parecia certo
admiravelmente certo.
Lindos poemas do nosso nobre Cassiano Ricardo. Ouvi quando era criança e nunca os esqueci.
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