Há algo,
instância ou substância, ou um amálgama das duas, de que a infância é cheia.
Nascemos com (n)esse estado-substância, meio mítico, meio divino, que rescende
a Criação, a Éden, a inauguração das alegrias de Deus. E daí o que fazemos é
perder tal situação-potência, vê-la diluir-se nos dias, na transumância da vida
social, seus tratos e contratos. Ou a entropia não violaria as almas?
E o resto
da vida, dos homens ao menos, pois percebo uma imunidade natural em muitas
mulheres, é correr atrás desse vento que se foi, e que, não tendo forma e pior,
nome, nos escapa pelo bueiro do inominável.
Há formas
de contrabandear fagulhas, muito fagulhas e algo falsificadas, do referido sentimento.
Este coleciona brinquedos; aquele, repassa velhos filmes, de ano em ano; eu
escrevo poemas.
Não é a
orfandade do Éden, que fulmina homens, mulheres e até a animália do campo; é
algo mais específico, que adentra o Éden até um ponto inicial, um monturo de
barro; é orfandade do PRIMEIRO DIA.
Sammis Reachers
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