Mostrando postagens com marcador Notícias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Notícias. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A médica que prescreve poesia na lida diária com a morte

Dores sem remédio
Um paciente alcoólatra, vítima de cirrose e câncer, com a pele tão amarelada a ponto de a estudante de medicina que foi visitá-lo fazer a comparação com a cor de um canário.
Muitos anos depois, ainda é no seu Antônio, o paciente que lhe coube entrevistar no Hospital Universitário (HU) da USP, que a médica Ana Claudia Quintana Arantes identifica o ponto de partida para sua trajetória na área decuidados paliativos - uma disciplina pouco difundida e que continua cercada por preconceitos no Brasil.
Angustiada porque seu Antônio não conseguia contar sua história - as dores eram grandes demais -, a então terceiranista da Faculdade de Medicina da USP procurou o professor para saber se havia algum remédio que pudesse aliviá-lo.
"Ele fez uma cara de irritado e disse: 'Eu já tinha dito que era um paciente terminal. Você sabe o que é um paciente terminal?' Eu disse que sim, mas que ele estava com dor. Aí o professor falou que não tinha nada para fazer", conta Ana Claudia.
"'Não? Ele está morrendo de dor. Não tem nada para aliviar a dor agora?' Aí ele respondeu que não, que se eu desse o remédio para dor o fígado não aguentaria. Eu perguntei: 'Mas você não está me dizendo que não tem mais jeito? Que diferença faz salvar o fígado dele porque não demos analgésico?' Bom, tomei uma baita bronca!"
Cuidados paliativos
É com base em histórias como essa que a médica acredita que sua opção pelos cuidados paliativos "veio pela dor". Aliás, diz, "a maior parte dos profissionais que trabalham com isso deve a escolha à vivência de uma situação difícil".
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos são uma abordagem que melhora a qualidade de vida do paciente e de sua família em caso de doenças que ameacem a continuidade da vida.
Eles incluem a avaliação e o controle de forma impecável não somente da dor, mas de todos os sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual.
Em outras palavras, os cuidados paliativos focam o conforto e o bem-estar do paciente e dos familiares quando se sabe que a doença não responde mais aos tratamentos convencionais e levará ao desfecho inevitável.
Eles representam o contrário da obstinação terapêutica, em que todos os recursos tecnológicos são utilizados para manter a sobrevida - num quadro que, não raro, se traduz numa pessoa inconsciente cujas funções orgânicas só se sustentam porque ligadas a aparelhos.
É por essa razão que profissionais de várias correntes defendem que a obstinação terapêutica - ou distanásia - nada tem a ver com prolongamento da vida, mas sim com mero adiamento artificial da morte, causando ainda mais sofrimento ao paciente e à família.
Humanização aparente
Enquanto nos Estados Unidos existem mais de dois mil programas de cuidados paliativos, no Brasil eles são pouco mais de 30.
É bom, entretanto, não confundi-los com as estratégias de "humanização" apregoadas pelos grandes hospitais, alerta a médica.
"Humanização é aparência, uma coisa ligada ao discurso corporativo. Os cuidados paliativos trazem humanidade", defende. "Não se pode pensar num profissional da área que não seja uma pessoa muito boa no que faz. Tem que buscar o melhor em termos de formação, de conhecimento técnico e de atualização, mas tem que ter o coração envolvido."
"O estado de amorosidade do ser humano deveria se tornar algo como a temperatura ou o pH do sangue: perene, necessário ao bom funcionamento de todos os nossos sistemas, internos e externos," diz.
E Ana Claudia vai lançando suas sementes para tentar envolver mais corações. Formada em 1993, fez residência em Geriatria e Gerontologia no Hospital das Clínicas, pós-graduação em Intervenções em Luto pelo Instituto 4 Estações de Psicologia e especialização em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium e Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Em 2007, criou em São Paulo, ao lado de três colegas, a Casa do Cuidar, organização voltada para a prática e ensino de cuidados paliativos. "Está cheio de gente morrendo mal", justifica, e avisa: "quando chegar a minha vez, quero alguém que me cuide direito, porque eu vou dar trabalho".
Livro de poesias
Trabalho, por sinal, é o que não falta a esta mulher de 43 anos que se realimenta lendo e escrevendo. Seu blog prescreverpoesia.blogspot.com é a origem do livro de poemas Linhas Pares (Scortecci Editora, 2012), que Ana lança no próximo sábado, (12) de maio, a partir das 15 horas, na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena, São Paulo).
O volume, ela assina como Claudia Quintana - poeta "tão mais doce e feliz do que a doutora Ana" -, numa apropriada coincidência de sobrenome com Mario Quintana, um de seus autores preferidos.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Autores portugueses lançam aplicativo 599 Poemas para iPad e iPhone



O aplicativo 599 Poemas compila a poesia de 15 autores portugueses, alguns inéditos, e de 15 escritores clássicos da poesia lusitana. De Bocage aos heterônimos de Pessoa.
Lista de autores clássicos:
Alberto Caeiro
Almeida Garrett
Álvaro de Campos
Antero de Quental
António Nobre
Bocage
Camilo Pessanha
Camilo Castelo Branco
Camões
Cesário Verde
Fernando Pessoa
Florbela Espanca
Mário de Sá Carneiro
Ricardo Reis
Sá de Miranda

Novos:
A. Pedro Ribeiro
A.M. Pires Cabral
Jorge Pimenta
José-Alberto Marques
Laura Alberto
Luís Felício
Maria João Cantinho
Maria Quintans
Maria Sousa
Minês Castanheira
Nuno Brito
Nuno Marques
Rui Almeida
Sílvio Mendes
Tiago Gomes
A aplicação tem um custo de 1,59 € e pode ser descarregada aqui.
Mais informações na página do autor.

_________________________________________________________

Nota do Sammis - Excelente iniciativa a destes poetas. De mim, se soubesse programar, criaria um ou diversos aplicativos assim, e o melhor, como já é de praxe no que faço, gratuitos.
Se você que lê esta breve nota tem os conhecimentos técnicos para criar aplicativos, e deseja fazer algo assim no campo da Poesia, conte comigo. Posso ajudar em todo o trabalho de seleção e edição.

Aniversário de Carlos Drummond de Andrade poderá ser Dia Nacional da Poesia


Marcos Magalhães / Agência Senado
O banquinho da praia de Copacabana onde um Carlos Drummond de Andrade vestido de bronze contempla o mar atrai cada vez mais turistas, que gostam de se deixarem fotografar, no verão carioca, junto ao busto do poeta que escreveu seus últimos versos há 15 anos. O exemplo de Drummond, que atrai os visitantes da praia mais famosa do Brasil, poderá vir a inspirar também novas gerações de autores em todo o país. Este é o objetivo do Projeto de Lei do Senado (PLS) 501/09, que institui o Dia Nacional da Poesia.
De autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o projeto estabelece que a data nacional seja celebrada a cada dia 31 de outubro, quando se comemora o nascimento do poeta em Itabira (MG), no ano de 1902. Ao escolher Drummond como homenageado pela data que pretende instituir, o senador lembrou sua vida modesta como servidor público das áreas de educação e cultura. E observou que, apesar de sua timidez e do recato de sua vida privada, "teve sua obra celebrada por milhões de admiradores" e tornou-se o poeta mais influente da literatura brasileira.
"A obra de Drummond continua a influenciar poetas e práticas de ensino e aprendizagem da poesia, seduzindo novos leitores a cada dia. Por isso, um dia dedicado à poesia que também homenageie o poeta poderá marcar ainda mais o amor dos brasileiros pela poesia", argumenta Dias em defesa de sua proposta.
O projeto já obteve parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e está pronto para votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), na qual receberá decisão terminativa e onde tem como relator o senador Wellington Dias (PT-PI).
Em seu voto favorável à proposta, o relator ressaltou que Drummond elaborou "uma poesia a serviço da denúncia das injustiças sociais, da indignação perante os desmandos dos poderosos e, ao mesmo tempo, da construção da solidariedade". 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

James Joyce, Virginia Woolf e diversos outros autores com acervo em Domínio Público a partir de 2012


Veja também a lista de autores que entraram no domínio público em 2010 e em 2011 .

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A literatura brasileira em busca de difusão mundial


Fonte: Yahoo
Historicamente defasada, a difusão da literatura nacional no exterior ganhou um incentivo neste ano, com a reformulação do programa de estímulo à tradução da Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Anunciado em julho, durante a nona edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o novo programa prevê investimentos de R$ 12 milhões até 2020 na edição de obras brasileiras em outros países. Um dos objetivos imediatos do projeto é alavancar a participação do país em grandes eventos internacionais: nos próximos anos, o Brasil será convidado de honra das feiras de Bogotá, em 2012, Frankfurt, em 2013, e Bolonha (maior feira de livros infantis do mundo), em 2014.O primeiro edital do novo programa (com inscrições abertas no site www.bn.br) oferecerá R$ 2,7 milhões para a edição de obras nacionais no exterior até agosto de 2013, dois meses antes da presença do Brasil como país convidado no maior evento editorial do mundo, em Frankfurt.
Articulação entre instituições
Em entrevista ao GLOBO em julho, o presidente da feira, Juergen Boos, elogiou o programa de tradução, mas ressaltou que o sucesso da participação brasileira ainda exige mais articulação entre governo e editoras e intercâmbio com instituições culturais alemãs.
A internacionalização da literatura brasileira foi discutida também na 25 Bienal do Livro do Rio, quando a FBN organizou uma exposição sobre a tradução de clássicos como Guimarães Rosa e Clarice Lispector. Mas o tamanho do desafio foi ilustrado pela informação, divulgada durante o evento pela organização da Feira de Frankfurt, de que as editoras alemãs têm hoje apenas 61 títulos brasileiros em catálogo – 30 deles de Paulo Coelho.
Veja mais alguns destaques do meio editorial em 2011:
BIENAL NO LIMITE: Realizada em setembro, a 25 Bienal do Livro do Rio teve o maior público de sua história, 670 mil visitantes em 11 dias. A feira teve faturamento recorde de R$ 58 milhões (12% a mais que a anterior), mas a confusão e os problemas de infraestrutura nos dias mais movimentados levaram a organização a afirmar que o evento atingiu sua capacidade máxima.
PENGUIN NO BRASIL: Em dezembro, a Companhia das Letras anunciou que a britânica Penguin, com a qual é associada desde 2009, comprou 45% das ações da editora brasileira. O acordo segue uma tendência de participação crescente de grandes grupos editoriais estrangeiros no Brasil: nos últimos anos, aportaram no país as espanholas Planeta e Santillana e as portuguesas Leya e Babel. O impacto da parceria no mercado brasileiro poderá se fazer notar sobretudo nas áreas de e-books e didáticos, dois focos do conglomerado editorial Pearson, dono da Penguin.
RUBENS FIGUEIREDO: Um dos principais tradutores do país, Rubens Figueiredo obteve reconhecimento também como escritor neste ano. Seu romance “Passageiro do fim do dia” (Companhia das Letras) recebeu duas das maiores distinções literárias nacionais: o Prêmio São Paulo de Literatura e o Portugal Telecom. Além disso, Figueiredo publicou em dezembro, pela Cosac Naify, a primeira tradução brasileira feita diretamente do russo de “Guerra e Paz”, de Tolstói.
CECÍLIA MEIRELES: Com reedições paralisadas há anos por uma disputa judicial entre herdeiros, a obra de Cecília Meireles pode voltar às livrarias em 2012. A editora Global anunciou em dezembro a compra de parte do catálogo da poeta – e ainda dos de Manuel Bandeira e Orígenes Lessa. Depois do anúncio, porém, o advogado de uma das filhas de Cecília contestou o acordo e afirmou que a questão não está resolvida nos tribunais.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...