“Ó, vós que estais
acima dos mortos”
Hart Crane
Nós
que estamos acima dos nossos mortos
queridos,
devíamos passar com os pés celebrantes
do
silêncio, como se fossemos pelo chão
como
uma sarça ardente
como
se os seus rostos nos olhassem do fundo
à
contraluz, eles estão vivos, sem ruído
para
não perturbar o sono, nem agitar
a
terra que guarda a semente do nada
para
se erguer depois no dia
que
há-de vir em que a Morte acaba.
28-12-2014
© J.T.Parreira