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quinta-feira, 23 de julho de 2020

Antologia do Cordel Evangélico: Literatura de Cordel em livro gratuito

 

Mais que um simples estilo literário popular, o cordel é uma riqueza cultural ímpar de nossa nação. E digo nação e não apenas Nordeste, pois a sagacidade, a criatividade, a alegria e o humor do cordel têm atingido todas as regiões do Brasil, levado num primeiro momento pela mão de bravos migrantes, e depois ganhando vida própria em contextos e pelas mãos de atores não nordestinos. Não em vão o cordel foi reconhecido no ano de 2018 como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. A miríade de temas que o gracioso cordel abarca com inaudita liberdade faz dele um veículo de comunicação poderosíssimo, e uma ferramenta pedagógica de primeira ordem.
Esta seleta vem antologiar os versos de um panteão de autores cuja criatividade é insuflada pela sua fé – fé naquele nazareno cabra arretado que, com sua vida e seu sacrifício, proporcionou salvação gratuita para qualquer pessoa que nEle crer.
Em nosso país cristão, é natural que a fé atinja e repercuta por todas as artes, notadamente as populares. A fé protestante/evangélica, que representa um retorno aos valores bíblicos e apostólicos de inícios do cristianismo, é abraçada por cada vez mais pessoas por este Brasil de Deus, pessoas ávidas por um relacionamento mais próximo ao Redentor, e uma fé mais atuante e vívida. Foi o que aconteceu, em algum momento, com cada um dos poetas aqui antologiados. Se sua excelência artística permite a todos eles transitarem com desembaraço por qualquer tema a que se proponham, sendo tal característica um dos fundamentos de um verdadeiro cordelista, eles também falam com idêntica ou quiçá maior galhardia de temas da fé cristã que os move e sustenta. Compartilhar alguns desses verdadeiros tesouros do cordel é o singelo objetivo desta obra.
Este é um livro gratuito – um presente a você, leitor – e desde já lhe convidamos a compartilhá-lo de todas as maneiras ao seu alcance.

PARA BAIXAR O LIVRO PELO SITE GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI.

sábado, 2 de março de 2019

Na Espanha, uma Rede Iberoamericana de Poetas e Críticos Literários Cristãos nasce: TIBERÍADES

Nasce TIBERÍADES, Rede Iberoamericana de Poetas 
e Críticos Literários Cristãos



Tiberíades procura constituir-se numa plataforma para a troca de informações e recursos literários para todos os poetas e críticos literários do cristianismo protestante de ambos os lados do Atlântico, e das línguas irmãs espanhol e português. Tem uma orientação absolutamente interdenominacional, não vai estabelecer qualquer taxa para aqueles que desejam aderir à rede e tem como objetivo fazer compreender, pelo exemplo, sobre a necessidade de compartilhar, por todos os meios e redes disponíveis, as realizações e esforços criativos dos seus membros, muitas vezes não divulgados ou mesmo invisíveis pelo seu entorno imediato.
Para isso, contará com uma página na Web que agregará informações constantes, dos membros que o desejarem e dos meios de comunicação que façam eco às atividades e propostas de TIBERÍADES.
Entre esses recursos estarão:
O atraente PREMIO REY DAVID DE POESÍA BÍBLICA IBEROAMERICANA, organizado por Tiberíades, a Sociedade Bíblica de Espanha e, previsivelmente, a Fundação RZ para o Diálogo entre Fé e Cultura. As bases do mesmo serão publicadas em meados de março.
BOLETIM TIBERÍADES, Informativo incorporado na web onde os membros podem estar atualizados dos Prêmios recebidos, livros publicados pelos sócios, apresentações dos mesmos, ensaios publicados em outras mídias, etc. Eles também poderão publicar seus ensaios, resenhas e divulgações.
O anuário "PABLO EN EL AERÓPAGO - Anuario de Poesía y Crítica Literaria", a ser publicado em formato PDF para ser baixado livremente e que terá como seu tema os seguintes textos de Atos 17.28: "Pois nele vivemos, nos movemos e existimos’, como disseram alguns dos poetas de vocês: ‘Também somos descendência dele’". Aqui todos os membros poderão publicar seus trabalhos, se assim merecerem. Caso contrário, serão orientados para melhorar a qualidade do que é oferecido.
REUNIÃO IBERO-AMERICANA DE POETAS E CRÍTICOS LITERÁRIOS CRISTÃOS, a ser celebrada com periodicidade BIENAL na cidade espanhola de Salamanca.
Para fins de publicação de livros, se contará com o selo editorial TIBERÍADES EDICIONES, para livros digitais de download gratuito e livros impressos sob demanda. Desta forma, pretendemos ter alguma renda para pagar as despesas da página e pouco mais.
TIBERÍADES, que terá sua sede física em Salamanca, a cidade de seu diretor, Alfredo Pérez Alencart ( alencart@tiberiades.org) , é uma iniciativa sem fins lucrativos e aceitará como membros todos aqueles que o solicitarem.
Para formalizar a incorporação como membro, basta escrever um e-mail para: info@tiberiades.org, indicando sua vontade. Nenhum dado será solicitado aos membros, que serão convidados a visitar a web periodicamente e enviar poemas, artigos e ensaios para serem publicados na web.


TIBERÍADES

Rede Ibero-Americana de Poetas e Críticos Literários Cristãos 

Conselho Diretor

Alfredo Pérez Alencart (Peru-Espanha) - diretorMarcelo Gatica (Chile) - ViceJuan Carlos Martin Cobano (Espanha) - Secretário - GeralIsabel Pavón - Secretário do Rei David Prize para Iberoamericano Bíblia Poesia

Conselho Consultivo Espanha

Juan Antonio Monroy 
Samuel Escobar 
Stuart Park 
Beatriz Garrido 
Noa Alarcón 
Máximo García 
Manuel Corral 
Asun Quintana 
Pedro Tarquis 
Gabino Fernández 
Daniel Jándula 
Leopoldo López Samprón
Conselho Consultivo Ibero-Americano

Carlos Nejar (Brasil) 
Luis Rivera Pagan (Puerto Rico) 
José Brissos-Lino (Portugal) 
Plutarco Bonilla (Costa Rica) 
Leopoldo Cervantes Ortiz (México) 
Luis Cruz-Villalobos (Chile) 
George Reyes (Equador) 
Meriam Bendayan (Peru) 
Gerardo Oberman (Argentina) 
Balam Rodrigo (México) 
Sammis Reachers (Brasil) 
Sergio Inestrosa (El Salvador) 
Daylins Rufin Pardo (Cuba)

sábado, 30 de setembro de 2017

A VIAGEM, de C.S.LEWIS - Em jeito de recensão literária



© João Tomaz Parreira

 O Narrador entrou numa fila extravagante para apanhar um autocarro, uma pequena multidão heteróclita esperava já o mesmo transporte. Essa paragem parecia ser o único lugar com vida de uma cidade deserta e sem beleza.
É o início do livro de C.S.Lewis cujo título original é “The Great Divorce” e na tradução em língua portuguesa “A Viagem”.
A passagem para o português, por Richard King e Lurdes Oliveira, usa  vocabulário e sintaxe cuidados, dialogia e harmonia entre as  frases, concordâncias irrepreensíveis, respeitando a semântica do autor, e como complemento útil, excelentes notas referenciais do Editor. Reconheço desconhecer o original, mas a leitura desta tradução é, sem dúvida, uma reescrita.
Sem meios, de momento, para fazer comparatismo com a tradução brasileira (O Grande Abismo, da Editora Vida), o que posso aduzir é que a versão A Viagem fazia falta na nossa língua comum.
O editor, meu amigo de há muitos anos,  João Pedro Martins, do Desafio Miqueias,  e o ilustrador da capa, também meu amigo Natanael Gama, fizeram um trabalho excelente.
O grafismo da capa, estruturado numa “linguagem gráfica” de BD(banda desenhada), reflecte essa viagem, que metaforicamente parece ser nocturna,  isto é, com suficiente mistério e encantamento, como quando o dia nos dá os seus primeiros sinais envolto em neblinas.
Esta obra de Lewis é um contraponto, para não dizer confronto a uma outra, centenária, do poeta William Blake em que este faz um casamento entre o Céu e o Inferno. Assim, estando o leitor no domínio do que está para além de si e no diáfano espaço do celestial, dir-se-ia que a leitura de “A Viagem” se fará sempre com a predominância da sétima função da linguagem, para usar a expressão de Roman Jackobson, a linguagem mágica e encantatória.
De resto, como sabemos, desde As Crónicas de Nardia, C.S.Lewis sempre a utilizou nas suas alegorias.
O livro que comecei a ler não foge a esta “regra”, que em Lewis é um estilo irrefragável. É uma metáfora, é uma grande fábula,  e se quisermos dizer de outra maneira, mais “bíblica”, é tipológico. Dir-se-ia que parece, no âmbito das intertextualidades, o Huis Clos ( À Porta Fechada ) de Jean-Paul Sartre,  mas com uma multidão de protagonistas.
Do ponto de vista literário, que deve ser sempre aquele pelo qual abordamos a obra de Lewis, temos pela frente literatura do fantástico, que antecipou, de certa maneira com conteúdo teológico-cristão,  a literatura sul-americana de Gabriel Garcia Marquez a Julio Cortázar. E séculos antes do autor de “Crónicas de Nardia”, John Bunyan com “O Peregrino”.
Em “A Viagem”, Lewis reflecte sobre a temática que é da bagagem do Cristão: a concepção do Céu e do Inferno. A vida – vivências, circunstâncias, conflitos, concordâncias - para além da morte.
Ambos os lugares não se interpenetram, tão-pouco se equivalem, não devem equivaler-se porque são equidistantes na vida do Cristão.  Num “Study Guide” da obra, assinada pelo próprio autor, ao que suponho, lemos no início desse Guia de leitura que “não há um céu com um pouco de inferno”, nem o contrário.
O que existe entre ambos, é um abismo.
Percorrendo as páginas e tendo encontros com as personagens, temos a sensação de que nos deparamos com um texto, que é mais do que ficcional, é uma mitopeia, uma “mythopoeic fairy”, (conto de fadas ou mitopoema, para usar um neologismo traduzido do inglês).
É a imaginação a funcionar, tal como no clássico do século XVII de Bunyan, numa metalinguagem que se percebe ser (nas págs. 28 e 30) do âmbito do sobrenatural, melhor dito, do maravilhoso ou do domínio do extra-subjectivo. Como os filósofos, C.S.Lewis interpreta aqui a vida para além da morte de modo variado e, por vezes, iconograficamente, para transformar isso nas relações do quotidiano. Um dos referentes, a Morte, tem um código próprio, tal como o céu e o inferno na linguagem lewisiana para nos falar de A Viagem.
“- Prefiro morrer”- diz uma personagem (o Fantasma, que é uma mulher)
- Mas já morreste! Não adianta ignorar isso”- disse o interlocutor ( o Espírito)
É uma obra estruturada no onírico – no final (pág.150), percebe-se isso -, como O Peregrino baseado num sonho, com as personagens dramáticas inominadas, sejam o Inteligente, o Poeta Desgrenhado, o Grandalhão e o Baixinho, o Luminoso, o Fantasma Esquálido e o Fantasma Episcopal, o Espírito, como no romance de Bunyan são, por exemplo, o Cristão, o Obstinado e o Adaptável, etc.
Não é uma obra com citações bíblicas a propósito e a despropósito, como encontramos hoje em alguns livros “evangélicos” que usam as Sagradas Escrituras como pretexto para escrever um “best-seller” de auto-ajuda por detrás do texto sagrado.
É uma obra de induções, isto é, induz-nos ao pensamento bíblico e conduz-nos à teologia, repondo desde a época em que foi escrito, 1945, até hoje, a concepção perdida da existência do Inferno e do Céu e da viagem do Crente e do Ateu para esses lugares.
Não é uma obra apocalíptica, no sentido da escatologia.  O que é, de facto, é apenas um romance cujo locus é o após-a-morte, mas com diálogos como se fossem uma conversa entre as personagens em vida, e, no entanto, elas são dramatis personae que morreram e vivem já no plano da vida eterna.
No que concerne a aspectos teológicos sem mais, que são detectáveis,  Deus e Jesus Cristo, o Cristianismo e a Verdade perpassam neste livro na forma de diálogo ou nas chamadas discussões de sociedade teológica.
 Há, porém, uma metáfora que, neste livro de CSL, é indubitavelmente da teologia por muito que o homem queira esquecer-se, o Inferno. Mesmo quando o narrador adoça o termo com uma realidade, impressionante, chamando-lhe “cidade sombria”, “cidade cinzenta”, com “a sua contínua esperança de alvorecer.”
A linguista búlgara Julia Kristeva escreveu que “a presença da linguagem é sensível nas páginas da Bíblia”, uso esta frase a propósito de A Viagem para dizer o contrário, que a presença da Bíblia confere sensibilidade à linguagem desta e das demais obras de C.S.Lewis. __________   





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