quarta-feira, 29 de abril de 2020

Soneto Primeiro, poema de João Carlos Bemerguy Camerini


Soneto Primeiro

Dentro do nada está tudo.
Antes de alguém, só ninguém.
O som do silêncio, mudo,
A palavra em si contém.

O tempo vibrou, contudo.
Soprou no espaço um amém.
Potência em ato, um segundo,
Fez-se o mundo – e era bem.

Da teodiceia houve o prólogo –
Pairava a vida em suspenso,
No hiato entre o sim e o não...

Mas não parou no “Eu Penso” –
O Cogito ergueu a mão...
No Amor encarnou-se o Logos.    

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