quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
INSULTO, poema de Carlos M. Grunberg
Insulto
Chamaste-o judeu com magnífica fúria.
Gritaste-lhe judeu com soberba coragem.
A palavra judeu te parece uma injúria,
a palavra judeu te parece um ultraje.
Ele a tinha por símbolo de glória e de martírio,
guardava-a como um signo de trágica grandeza.
Pela sua pureza a equiparava a um lírio,
a um lírio a equiparava pela sua beleza.
Agora vê com olhos mais agudos e sábios.
Vê tão diafanamente como o que apalpa e toca.
Vê que todos os nomes ofendem em teus lábios,
que todas as palavras insultam em tua boca.
Tradução de Renata Pallotini
in Quatro Mil Anos de Poesia (J. Guinsburg, org.)
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