"yo quiero
celebrar una oreja"
Pablo Neruda
Passou
a ouvir coisas por sua própria conta,
A
orelha cortada de Van Gogh, corvos
A
crocitar, um silvo de facas no ar,
Raquel
chorando os filhos que não teve,
As
raízes do trigo em luta contra a morte
Sob
a terra,
Onde
é noite a luz e fria, ouvia as sombras
A
deslizarem lentamente
E
como uma concha arrancada ao mar
Escutava
o nevoeiro e as ondas esquecidas.
25-02-2015
© João Tomaz Parreira
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