Dia de Cólera
Ó meus irmãos nas prisões vós estais livres
livres de olhos queimados de corpos acorrentados
de rosto esfacelado de lábios mutilados
sois aquelas árvores fortes e torturadas
que crescem com mais força depois que as podaram
e sobre todo o território do humano destino
o vosso olhar de homens verdadeiros é ilimitado
o vosso silêncio é a terrível paz do éter.
Mais alto que os tiranos enrouquecidos de mutismo
está a nave silenciosa das vossas mãos
mais alto que a ordem irrisória dos tiranos
está a ordem das nuvens e a vastidão dos céus
está a respiração dos montes tão azuis
estão os livres horizontes da oração
estão as vastas frontes que não vergam
estão as árvores na liberdade da sua essência
estão as messes infindáveis do devir
e nos tiranos está uma angústia fatal
que é a tremenda liberdade de Deus.
In Segunda Guerra Mundial - Uma Antologia Poética (Org. Sammis Reachers)
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