não é quando um homem quiser
o Natal, nem quando qualquer outro homem fizer
quantas estrelas inquietas
seriam necessárias para reconduzir
magos e poetas ao mistério do Conselheiro
na dimensão de pequenas mãos
quantos concertos de anjos
e acordes de flautas de pastores
para acompanharem
os vagidos frágeis de Deus na faringe
de um Menino, Natal
foi quando Deus quis e sonhou
que o Príncipe da Paz fosse menor
do que um rei
foi quando Deus quis que passou
pelo sonho de profetas
um Menino
o Maravilhoso coberto de panos
de linho de rejeição
que um Menino, num sopro único, nasceu
como todos os meninos, que são
o despojo da dor das suas mães
foi quando Deus encheu o tempo
foi então que a palpitação das galáxias
descansou à espreita desse momento
que é o princípio de tudo em flor
Rui Miguel Duarte
23/12/2014
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