“La pena de la tarde estremece a mi pena”
Federico García Lorca, “Meditaciones bajo la lluvia”
à tarde mesmo ao fim
a voz procurava o alívio
da pena sobre o tremor da pena
as árvores em que a sombra nasce,
a voz, mesmo
no fim do jardim
da tarde que estremece
no gume, há a pena
à qual tudo foi destinado
estremecem os olhos os ouvidos
a pele da testa lavrada do peso do sangue
que levanta pérolas no cálice,
o cálice bebido na oração redita
nessa angústia
da impossibilidade do salmo
que afague como pena
a dor da angústia do mundo todo
no jardim do Getsémani
o Filho do Homem
é uma ave de penas soltas
Rui Miguel Duarte
08/08/13
Nenhum comentário:
Postar um comentário