segunda-feira, 26 de abril de 2021

CARTA AOS PRÍNCIPES, um poema (anarquista)

 


Carta aos Príncipes

 

Você, (e)levado sobre os homens

Você r/luminar sobre o píncaro

Centro de toda suspeição

Eia, aqui

Olhe para baixo

Onde sua luz baça não chega

A queda foi feita para você que elevou-se

O voo célere, a tepidez malevolente do fundo

 

Quanto aos príncipes,

Só pode haver um

E Ele não está aqui

 

Mamon o dinheiro

Por tudo responde

Quem se lhe opõe?

Dele emprestam favores e humores

Os príncipes

 

A multidão, insânia bovinizada, celebra os reis

Mas algo neles, em sua arqueologia ou DNA

Cicia em uivos, uivos que anseiam

Eclodir como um vírus:

“Morte aos reis,

Morte aos reis,

Morte aos reis”

 

O anarquista, forma final de a multidão

Reencontrar sua voz primal, profetiza:

“Aos reis seu tributo,

Aos reis seu tributo:

Morte, morte, morte aos reis.”

 

Tolstoi e Berdyaev e Ellul

Como se Enoque, Moisés e Elias, observam

A fila de príncipes d’ante a guilhotina

Tênue sombra da lâmina dita Eternidade

 

Todo príncipe humano é igualmente

Príncipe da rebelião humana

Sobre eles mira, Senhor

Sobre eles a visita primeira

Da Tua ira


Sammis Reachers



Do livro CARTAS E RETORNOS (2021). 

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