domingo, 30 de setembro de 2018

A CONVERSÃO A CAMINHO DE DAMASCO, DE CARAVAGGIO (1600)







Com os braços procurando suster

O peso do céu, Saulo sente a humilhação

Como Estevão um dia sob as pedras

Todo o silêncio se estendeu e a voz

Vem do firmamento que se abre de repente

Saulo, Saulo, por que me persegues, e um jorro

De luz como um vento a abrir uma janela

Não era uma voz de seda, nem colérica

Como as vozes que emergem dos homens

Era a pergunta

De quem ainda tinha feridas de ferro nas mãos

E sinais de uma coroa ardente de espinhos.



29/09/2018
© João Tomaz Parreira


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