Lembra-te de mim de vez em quando
Mesmo que seja só quando
alguém
Perguntar por que
desapareci no ar
diz-lhe simplesmente
Que não rejeitei meu nariz
judeu, nem
Mesmo sem saber da minha
tribo o nome
Rasguei no coração os
livros de Moisés
Nem deixei de salmodiar às
portas da morte
diz que o meu silêncio
há-de ser
Uma torre que chegará ao
céu
diz que estou órfão, um
nome sem feições
Que um lento veneno
Entrou no sangue da nossa
família
diz-lhe que com as minhas
cinzas
Podem desenhar meu nome
Ainda que o rio Vístula as
tenha
Levado de espuma em
espuma.
25/11/2017
© João Tomaz Parreira
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