quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

AUSÊNCIA



Vamos chamar-lhe Penélope. Quem eleva
A voz mais alto que o canto das sereias
Nos ouvidos de Ulisses,  a que enlaça os fios
Do dia nos seus dedos e à noite
Desentrança, quem ao sol aquece o sangue
Bom condutor da vida, a olhar o ar
O real espaço do Egeu, vasto túmulo de ausências
Vamos chamar-lhe Penélope. 
A que ama a esperar.


14-01-2016
© João Tomaz Parreira 

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