terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Gás Hélio - Um conto sobre acolhimento e cura, e a periferia

 


Foi nomeado pela paixão do pai e fonte de sustento da família, desde antes dele fazer parte da mesma: Hélio.

Seu pai, Airton, era vendedor de balões ou bexigas infladas por gás hélio, aqueles bólidos flutuantes em forma de peixe, escudo do flamengo ou cabeça do Mickey.

Aluno destaque do sexto ano do CIEP 051 Municipalizado Anita Garibaldi, em São Gonçalo/RJ, Helinho nutria carinho todo especial pelos balões que ajudaram a nomeá-lo e a provê-lo. O menino auxiliava o pai nos enchimentos e montagens, e sempre que podia era levado aos pontos de venda: Rotineiramente o Campo de São Bento, em Niterói, ou eventos sazonais, um aniversário de Itaboraí aqui, um feriado de São Gonçalo acolá, um festival de pipas em Maricá, por trás-os-montes. O menino já conhecia toda a Região Metropolitana do Estado do Rio.

O mesmo não ocorrera com seu predecessor em chegada na família, Heitor, irmão mais velho. Aliciado no portão de casa, ponto de revenda de drogas no depauperado bairro Jardim Catarina, cedo tomou o caminho da marginalidade.

Morreu no dia primeiro do segundo ano de carreira, a 200 metros do portão da casa do “seu Airton do Gás”; seu portão, seu pai.

Baque no sonhador Helinho, bordoada de moer menino tenro. Notas decaíram, participação nas aulas, na igreja. Seu sangue e companheiro de pelada no quintal, seu parceiro de PlayStation, seu incentivador nas paqueras, seu torto herói se fora.

Na velha coleção de biografias achada por seu pai no lixo, nas portas de um grande edifício, ao chegar pela manhazinha lá no niteroiense Campo de São Bento, Helinho mergulhava sua solidão. Numa das biografias, a do padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão, nosso primeiro inventor e pai do balão a ar quente, um estalo.

Inspirado numa prática de produção textual que aprendera na escola, o aluno destaque do Anita Garibaldi passou a escrever cartas; primeiro para si mesmo, refletindo sobre sua perda. Logo as endereçava a seu irmão. Por fim, o salto humanitário, digno de um Gusmão, uma Anita: Helinho passou escrever ternas mensagens para pessoas que tivessem perdido alguém, tal como ele perdera. E assim surgiram “Carta a uma mãe que perdeu um filho”, “Carta à criança que perdeu a avó”, “Carta a quem perdeu um irmão”. Contando brevemente sua história, Hélio contextualizava sua mensagem para diversos leitores em potencial.

Um belo dia, tendo imprimido uma quantidade de cópias de cada cartinha, Helinho as atou a balões inflados de hélio – não os artísticos balões vendidos pelo pai, mas a modelos simples, como as bexigas de festa de aniversário – e, subindo para a laje de sua humilde casa, soltou os balões, vagões de sonho lotados de afeto, nos ares de sua São Gonçalo.

No primeiro dia foram 30. Quinze dias depois, o menino despachava mais 15. E assim, usando de suas economias, o menino adquiria os balões e inflava-os com os botijões de gás do pai, liberando suas mensagens pelo ar.

Em apenas três dias depois dos primeiros lançamentos, duas marcações no perfil do menino no Instagram apareceram. Pessoas curiosas, que encontraram uma das mensagens, nas quais constava também o endereço do menino, e seu perfil naquela rede social. Mas demorou 45 dias para chegarem as primeiras cartas. Cartas de papel, como as de Helinho. Uma mãe e uma irmã.

“Querido menino Hélio. Encontrei seu balão pendurado nos galhos de uma árvore em Alcântara. Era de manhazinha, eu ia pro meu trabalho nos Correios. Sua mensagem me fez chorar no ônibus, pois perdi minha mãe há seis meses. Ainda sofro. Mas acredito que Deus usou você para me mandar uma mensagem de conforto. Obrigado, meu filho. Não te conheço, mas você já conquistou uma amiga.”

A segunda carta – outras viriam – era de uma adolescente de 17 anos, Ágatha. Ela vira o balão do menino caído em seu quintal, de tarde, ao chegar do cursinho pré-vestibular. Com a mensagem em mãos, Ágatha entrou no quarto de seu irmão, deitou-se em sua cama e chorou. Mateus partira ia pra um ano.

“Oie!

Me chamo Ágatha, sou moradora aqui do Vila Três, em São Gonçalo também. Cara, sua cartinha chegou a mim, bem no meu quintal! Eu perdi meu irmão assim como você. Meus sentimentos por sua perda.

Sua mensagem me trouxe uma alegria que não sei expressar; era como um recado de meu irmão, dizendo para mim e minha mãe sermos fortes, que ele está bem.

Precisei escrever para você. Ia mandar mensagem no privado em seu perfil, mas resolvi escrever uma carta, assim como você. Minha primeira carta. Nem sei como enviar! Mas vou no correio me informar.

Estou escrevendo essa carta na cama de meu irmão. Minha mãe doou as coisas dele, roupas e tals, mas deixou a cama como estava. Pra lembrar dele, sabe? Mas não sei se isso é saudável, pra nós duas. Pois ambas choramos muito nesta cama. Já a peguei de madrugada ajoelhada aos pés da cama dele, chorando sozinha, e dizendo ‘onde foi que eu errei?’ Mas somos tantas famílias nessa situação...

Hélio, venho agradecer seu gesto, sua forma de ajudar as pessoas. Você é um anjo que, não tendo asas, criou as suas com palavras e bexigas de gás. Obrigado obrigado obrigadooooo!”

 

Voa, Helinho. Voa e trabalha, que faltam anjos no mundo, e os que desistem, no lugar de uma segunda chance, são mortos a bala.

Sammis Reachers


sábado, 13 de dezembro de 2025

A CRUZ DA VIDA, poema de M. Correia da Silva

 


A CRUZ DA VIDA

 

Traz, sempre, bem abraçada

A cruz que Deus te enviar!

— A cruz, não sendo arrastada,

Quase não custa a levar!...

 

Suportas a dor da ausência,

E vês que não custa nada...

— A cruz da tua existência

Traz, sempre, bem abraçada!

 

A fim de que o teu viver

Não te custe a suportar,

Nunca maldigas, mulher,

A cruz que Deus te enviar!

 

Havendo resignação,

Torna-se menos pesada

E traz-nos consolação

A cruz, não sendo arrastada!

 

Sofrendo com paciência,

Os mil embates do azar

A cruz da nossa existência

Quase não custa a levar!

 

M. Correia da Silva


Do livro Ilustrações para Sermões e Palestras, de Arthur Barroco (1961)


segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

VELAS PARA O ADVENTO: Quatro poemas de Luiz Renato de Oliveira Périco

 


VELAS PARA O ADVENTO


I - ESPERANÇA

Minha revolução é a minha espera.
Não a de um amanhã, mas de uma hora
Eterna, é a espera de quem quer a
Vinda do Reino para aqui e agora,

Espera que é trazer a nova era,
Ficar que é também ir, mas não embora,
Trazer pra cá, sem pressa, o que coopera
Pr’aquilo que virá e não demora.

Eu sei que a minha espera não é vã,
Pois não é preguiçosa, nem passiva, 
É construção urgente do amanhã;

Espera que, operando a espera em mim,
Fabrica a expectativa ativa e viva
Que é obra pra um lugar e hora sem fim.


II -PAZ
	
Caiu, caiu a Grande Babilônia,
Embora ainda existam tantas torres,
Tantos jardins suspensos sobre horrores,
Embora ainda sejamos sua colônia.

Caiu, caiu a Grande Babilônia,
Embora os seus Nabucodonozores
Ainda tenham seus adoradores,
Caiu, caiu a Grande Babilônia!

Embora a estátua esteja ainda de pé
E pareça mais alta do que é,
Vejam! Vejam! A estátua está do avesso!

Não se deixe enganar por suas vitrinas,
A sua glória é feita de ruínas,
Não tem valor, embora tenha preço.


III - ALEGRIA

Se Deus é tanto mais glorificado 
Quanto mais estou nEle satisfeito, 
Recebe essa alegria no meu peito,
SENHOR, esse sorriso escancarado.

Essa alegria que Tu tens me dado,
Da qual és o objeto e o sujeito,
É por causa daquilo que tens feito,
Por quem Tu és que tenho me alegrado.

És meu Pastor, de nada tenho falta,
Pois me deste a Ti mesmo de presente,
Em quem minh’alma exulta e a quem exalta.

Por isso é que carrego no meu rosto
Um Aleluia para cada dente,
E um Glória a Deus em meu sorriso exposto.


IV - AMOR

O Amor é uma palavra tão bonita...
Mas quem pode dizer o que ela diz?
Palavra que, calada, ainda grita,
E mesmo quando dói, nos faz feliz.

Bendita palavra, quando bem dita,
O Amor que nos conduz quando condiz,
Palavra que não pode ser transcrita
Sem transformar quem lê-la vis-à-vis.

E como traduzi-la sem traí-la?
Sentir o seu sentido, que ecoa
No que ela enunciou, anunciou?

Somente o Verbo pode traduzi-la:
O Amor se conjugou em uma Pessoa,
O Amor é uma Palavra que encarnou.

*******

Essa é uma série de poemas devocionais, é preciso dizer de partida. É uma série sobre e para o Advento. Ele é sua estrutura: seu tema e sua meta.

Advento é o período (ou estação) que inicia o calendário litúrgico cristão tradicional, antecedendo imediatamente o Natal, sendo uma espécie de preparação para o Natal .

Compreendendo quatro domingos, o Advento começa no quarto domingo antes do Natal, o que varia entre 27 de novembro e 3 de dezembro, dependendo do ano, e termina na véspera de Natal.

(Nota: Se você está lendo isso nesse ano de 2025 em que escrevo, o Advento começa em 30 de novembro.)

Seu nome vem do latim, adventus, “advento, vinda”, e se refere aos Dois Adventos de Cristo: o primeiro, quando veio como Filho de Maria, nascendo em Belém; o segundo, quando virá sobre as nuvens do céu no Dia do SENHOR.

Ou, mais propriamente, Três Adventos, como explica Tish Harrison Warren em seu livro sobre o Advento:

“Nós, Cristãos, acreditamos, no entanto, não apenas em uma vinda de Cristo, mas em três: a vinda de Cristo na encarnação (os teólogos têm chamado isso de adventus redemptionis , a vinda da redenção), a vinda de Cristo no que a Escritura chama de “os últimos dias”, (o adventus glorificamus, a vinda em glória), e a vinda de Cristo em nosso presente momento, através da obra do Espírito Santo e através da Palavra e do sacramento (o adventus sanctificationis, a vinda das coisas santos ou da santidade). O Advento celebra e mantém unidas todas as três “vindas” de Cristo.”

O Advento é, portanto, um tempo de espera: na graça do Advento presente, lembramos do Advento passado mantendo os olhos no Advento futuro. Meditamos na espera dos antigos para aprendermos a esperar com eles e como eles. Isso dá um novo sentido para o tempo - e esse novo sentido do tempo é inegavelmente poético.

Muitos recursos têm sido utilizados pelos cristãos durante esse período: velas, calendários, lecionários, canções... Eu mesmo tenho me utilizado de alguns devocionais nos últimos anos, como o do John Piper, o da Christianity Today (traduzido para o português todo ano) e o do Advent Project, da Biola University .

Essa série de poemas é pensada como mais um desses recursos.

Cada um dos poemas se relaciona com uma das Quatro Velas da Coroa do Advento, que indicam os quatro temas do Advento: EsperançaPazAlegria Amor. Para quem quiser se aprofundar nesses temas, recomendo essa série de vídeos aqui.

Os poemas têm autonomia estética e falam por si sós, por todo o ano. São poemas, obra artística, estética. A piedade não foi uma desculpa para afrouxar a mão. Pelo contrário: o Mistério do Advento concentra tanto sentido e tanta beleza que desafia aquele que escreve sobre a estação a elevar seus versos à altura do que escreve. Minha expectativa e oração é que cada leitor e leitora encontre em cada poema exatamente isso: beleza e sentido.

Meu convite específico, contudo, é que o leitor e a leitora viva esse período de forma diferente, poeticamente, se permitindo, a cada domingo-poema, ver a beleza e o sentido dessa estação – contra toda a confusão e ansiedade que o comércio, o materialismo e a religiosidade nominal e legalista infundem em nossos dezembros.

Um outro dezembro, com um outro calendário: mais antigo e com mais novidades, mais bonito e mais significativo, com mais valor, embora custe menos – esse é o meu convite.

Bom Advento, Bom Natal. Boa leitura


Luiz Renato de Oliveira Périco vive em São Paulo/SP. Tem poemas publicados em antologias e em revistas literárias. Em livro, publicou Forma Amorfa (1ª edição: Viv Editora, 2021; 3ª edição: do autor, 2024), e kairós (Patuá, 2023). 

Ele publica regularmente poemas e comentários através do Substack. CLIQUE AQUI e assine gratuitamente para receber as publicações do autor em seu e-mail.



sábado, 29 de novembro de 2025

Fanzine SAMIZDAT #8 (2025), de Sammis Reachers - Leia ou baixe

 


O ano de 2025 já ia tombando e não tínhamos sequer um novo número de nosso malbaratado zine. Bem, problema resolvido: Este número (#8) reúne apenas poemas recentes, escritos depois da publicação de meu livro Primeiressências, lançado no doce maio. Mas 2025 foi um ano prolífico: Além de Primeiressências, volume de inéditos, publicamos ainda os e-books Versos do Ide, reunindo poemas missionais, e o plaquete 11 Poemas, reunindo um poema de cada um ou cada qual de meus onze livros de poesia.

Baixe (ou leia online) o fanzine pelo Google Drive, CLICANDO AQUI.


sábado, 22 de novembro de 2025

Queime-se pelo que é essencial: A parábola do leão solitário

 


A esperteza do leão solitário

Um leão foi aprisionado e levado a um campo de concentração, onde, para seu espanto, encontrou outros leões que lá estavam havia anos, alguns a vida toda, uma vez que ali tinham nascido.

Logo ficou conhecendo as atividades dos leões do campo de concentração. Eles dividiam-se em grupos. Um grupo era formado pelos socializadores; outro montava espetáculos; um terceiro cuidava das atividades culturais, pois seu propósito era preservar os costumes, a tradição e a história dos tempos em que os leões eram livres. Havia grupos religiosos, que se reuniam principalmente para entoar hinos sobre uma selva do futuro, na qual não haveria grades. Alguns grupos atraíam os literários e os artísticos por natureza; outros, ainda, eram revolucionários, reuniam-se para conspirar contra seus captores ou contra outros grupos revolucionários. De vez em quando, estourava uma revolução, um grupo era exterminado por outro, ou os guardas eram todos assassinados e substituídos por novos guardas.

Enquanto procurava conhecer o lugar, o recém-chegado notou um leão que parecia sempre imerso em seus pensamentos, um solitário que não pertencia a nenhum grupo e passava a maior parte do tempo afastado de todos.

Havia algo estranho nele que atraía, ao mesmo tempo, a admiração e a hostilidade de todos. Sua presença provocava medo e insegurança. Disse ele ao recém-chegado:

– Não se junte a nenhum grupo. Esses pobres tolos ocupam-se de tudo, exceto daquilo que é essencial.

– E o que é essencial? – perguntou o recém-chegado.

– Estudar a natureza da cerca.


CASTILHO, Alzira. Como Atirar Vacas no Precipício. São Paulo: Z Edições, 2022.


domingo, 9 de novembro de 2025

O que é Contentamento? Um texto de Ruth Senter

 


Contentamento É...

 

Ruth Senter

 

Eu ouvia a voz, mas não tinha condição de enxergar a pessoa. Ela estava do outro lado do armário do vestiário. Acabara de chegar da aula de natação matinal. Sua voz assemelhava-se à própria manhã: forte, animada, cheia de vida. Às 6h 15 da manhã, atrairia a atenção de qualquer pessoa. Eu ouvi sua voz firme:

— Dolores, gostei muito do livro que você pegou para mim na semana passada. Sei que a biblioteca fica fora de seu caminho. Não consegui parar de ler. Solzhenitsyn é um grande escritor. Estou feliz por você ter-me sugerido o livro dele.

— Bom-dia, Pat — ela cumprimentou outra nadadora. Por um instante, a voz melodiosa calou-se. Em seguida, ouvi-a dizer: — Você já viu um dia tão esplêndido como este? Vi um par de cotovias enquanto caminhava esta manhã. Isso nos traz alegria de viver, não?

O tom da voz era bom demais para ser verdade. Quem pode ser tão agradecido a essa hora da manhã? A voz dela tinha um certo requinte. Talvez fosse uma mulher rica, sem nada para fazer o dia inteiro, a não ser tomar uma xícara de chá em sua varanda e ler Solzhenitsyn. Eu ficaria animada às 6 horas da manhã se pudesse nadar e ler um livro ao longo do dia. Ou se possuísse uma casa de campo nos bosques do Norte.

Contornei o armário em direção aos chuveiros e fiquei frente a frente com a dona daquela voz jovem. Ela estava arrumando seus apetrechos. O uniforme amarelo de faxineira ficava bem assentado naquela mulher de uns 50 anos. Era um uniforme que eu conhecia, acompanhado de vassouras, esfregões, panos de pó e baldes. Uma empregada do local onde eu nadava. Ela deu um leve sorriso para mim, pegou sua sacola de plástico das Lojas Americanas e caminhou apressada em direção à porta, dizendo: "Tenha um glorioso dia" a todos que encontrava.

Eu não consegui tirar da mente aquele uniforme amarelo, enquanto dava minhas braçadas e afundava o corpo na espuma da piscina de hidromassagem. Meus dois companheiros estavam entretidos em uma conversa. Pelo menos um deles estava. Sua voz cansada e triste falava de dores nos joelhos causadas por artrite, aneurisma no coração, noites sem dormir e dias repletos de mal-estar.

Nada estava bom ou na medida certa. A água estava quente demais, os jatos d'água não eram suficientemente fortes para seus joelhos endurecidos, e os médicos haviam demorado muito para diagnosticar seu caso. Com sua mão enfeitada com um anel de brilhante, ele retirou a espuma branca do rosto. Parecia um ancião, mas suspeitei que também tivesse uns 50 anos.

O uniforme amarelo e o anel de brilhante, surpreendente e silencioso contraste, provaram mais uma vez para mim que, quando Deus diz que "religiosidade. acompanhada de contentamento significa prosperidade", Ele quer dizer exatamente isso. Naquela manhã, eu vi contentamento e descontentamento. Tomei a decisão de jamais me esquecer disso.

De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” – 1 Timóteo 6:6-10

Do livro Histórias para o Coração, de Alice Gray (org.)


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

O Compilador, uma parábola

 



E, quando estou enfadado até à morte de mim e dos homens, meu enfado de mim e meu enfado dos homens, em conluio, me conclamam: “Apruma, bípede besta! Recolhe-te à tua biblioteca e faze o trabalho de um antologista.”

Remediado ou acolhido sob um falso sentimento de filiação, às vezes cismo: “E os outros homens, para onde se recolhem?”

“Cuida tu deles? Até os livros que fazes, faze-os apenas para ti. Quanto a nós, nós cuidamos apenas de ti.”

Sammis Reachers


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