sábado, 10 de maio de 2025

Labirintos da Vida - Contos e crônicas de José Feldman reunidos em e-book gratuito

 


O escritor, poeta e promotor cultural José Feldman acaba de lançar um primoroso volume reunindo contos e crônicas. Dono de uma escrita limpa e pungente, amparado em sua vasta cultura humanista e literária, José Feldman sabe falar ao nosso pensar e ao nosso sentir, oferecendo aos seus leitores um banquete que só a boa literatura logra proporcionar.

Conforme as palavras de apresentação do livro,

 

Neste livro de contos e crônicas, somos convidados a adentrar um universo onde a realidade se entrelaça com a emoção, revelando histórias que pulsam como o coração da cidade. As páginas que se seguem trazem à tona a dura verdade das ruas, onde a solidão e o abandono se fazem presentes em cada esquina, em cada olhar perdido.

Aqui, encontramos o retrato de idosos que, esquecidos pela sociedade, enfrentam a solidão com dignidade. Suas histórias nos falam do tempo que escorre como areia entre os dedos, das memórias que se apagam, mas também da sabedoria que perdura. Através de suas vidas, somos lembrados da importância de valorizar cada momento e

cada relação.

Os cachorros abandonados, protagonistas de muitas dessas narrativas, simbolizam o amor incondicional que tanto buscamos. Eles nos ensinam sobre lealdade e compaixão, sobre a amizade que transcende palavras. Em meio aos natais solitários, onde a alegria parece se dissipar, suas presenças iluminam a escuridão, oferecendo um consolo que poucos conseguem compreender.

Cada conto e crônica carrega consigo uma mensagem poderosa para as atuais e futuras gerações. São reflexões sobre a empatia, a solidariedade e a necessidade de olharmos uns pelos outros. Através das relações entre pessoas e seus fiéis companheiros, somos lembrados de que a verdadeira riqueza está na conexão humana e na capacidade de amar sem reservas.

Convido você, leitor, a mergulhar nesta coletânea e deixar que cada história ressoe em seu coração. Que as emoções despertadas aqui inspirem uma nova visão sobre a vida nas ruas, sobre aqueles que muitas vezes passam despercebidos, e sobre a força que encontramos na amizade e no amor. Que, ao final desta leitura, você se sinta motivado a agir, a transformar a realidade ao seu redor e a perpetuar essa mensagem de esperança e compaixão.

Confira o link para download gratuito no blog do autor, AQUI.


quinta-feira, 1 de maio de 2025

SÓ AJUSTAMENTOS, um texto de Agostinho da Silva

 


Só na infância, e na infância com sorte, a maior parte dos homens pode ter uma ideia do que seria o mundo em variedade de real e capacidade de sonho se não tivéssemos de nos adscrever à tarefa de o tornarmos habitável antes de nos pormos a descobrir sua beleza. Fala-se muito do analfabetismo e ele é porventura um grande mal; mas não se repara em que há outros analfabetismos ainda mais graves: o de um especialista de determinada matéria que nada conhece do que os outros estudam ou o dos que vão morrer inconscientes do espetáculo em que Deus os jogou.

Espetáculo no qual deveriam colaborar, porque essa seria a mais verdadeira e a mais pura forma do culto a Deus, e em que não entram senão muito limitadamente. Um dos grandes males que, a par dos grandes benefícios, trouxe consigo o especialismo foi o de fazer supor a quase todos os homens que só são capazes de um determinado trabalho. Isto é, que nasceu cada um médico, engenheiro ou servente de obras; [...] essa crença ficou de uma forma dominante no que diz respeito às artes. Ninguém pensa que pintar, modelar, ou gravar seja patrimônio comum da natureza de homem; e que o sejam igualmente a poesia ou a dança: acha-se que são um dom, uma genialidade, e além de tudo raros. Olha-se o Renascimento italiano como uma época de monstros, quando na verdade cada um dos homens que nele mais admiramos tinha os mesmos recursos de natureza humana que nós temos. O que aconteceu é que devido a circunstâncias que não se repetiram na História, mas que está hoje em nosso poder fazer repetir, eles puderam ter a coragem de se libertar de limitações, de escrúpulos, de antolhos, e se lançaram à suprema aventura de ser o que eram.

 

Agostinho da Silva, SÓ AJUSTAMENTOS [1962], IN "Textos e Ensaios Filosóficos", II, Âncora Editora, 1999, p. 133.


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