“Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes”
Mário de Sá-Carneiro, “Fim”
Quando morri batestes em latas
fizestes do meu corpo o tambor das vossas festas
rompestes em pinotes na seda de acrobatas
ocultastes-me nas costas de uma pedra
ajaezado numa câmara escura
na ausência de um fandango
descurado na concha de um frio chão
Quando nasci de novo bebestes
um brinde de celebração
Quando nasci de novo foi só
uma nova manhã para palpitar
o encontro dos cálices do coração
no sol o rosto lavastes, ao céu quente
aprendestes a nova canção que os astros
de há muito sussurravam
as estrelas cadentes
eram os alegros esparsos
dessa composição por tecer
Rui Miguel Duarte
31/03/2013
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