sábado, 31 de maio de 2025

Três poemas de rudi renato júnior

 


de volta ao lar

 

desde a eternidade, senhor,

subi à vossa montanha

como se fugisse,

 

pois a morada dos poetas

(cheia das ciladas

trevosas do inimigo)

nunca mais era rio:

não desaguava no oceano.

 

de fato, se observado

o som do trovão

com que grita a sabedoria,

as nuvens desmanchariam

 

e subir à montanha

não seria fuga,

mas ir – com a inocência

de uma criança – de volta ao lar.

 

 

 

no caminho das boas obras

 

oh deus,

ponha-me no caminho

das boas obras,

 

que a graça do senhor

esteja presente

em cada um dos poemas.

 

joga – no abismo – a palavra demônio

com seus adjetivos de ouro e de prata

e de bronze e de pedra e de madeira.

 

aniquila a idolatria oculta

impregnada

em cada verso.

 

oh deus, inspira

a palavra adequada

ao meu lápis

diante da besta.

 

 

 

poetas, ide ao santuário da justiça

 

poetas,

ide ao santuário

da justiça – eu vos escrevo

pelos pecados acesos.

 

quando – por fim – os dons

irrevogáveis

tornarem puro

tudo aquilo que é impuro,

 

vossos inimigos estarão

debaixo de vossos pés:

os insensatos vão tropeçar.

 

ora, senhor, purificai-me:

mandai-me um mensageiro

que me eleve a voz.

 

algumas vezes, tive sonhos,

pois a morte sobe até o pescoço

e assalta-me em seguida

e rouba-me o brilho:

minha queixa torna-se amarga.

 

a pena, naqueles dias,

não suportava o fogo

que dominará

sobre uivos e choros.

 

eis a resposta do anjo:

queimai vosso coração,

pois é a hora.

 

hei de varrer

a morte de vossas obras,

mas antes virá um dilúvio.

 

colocai, numa arca,

um casal de cada espécie

de palavras.

 

o sacerdote colocará uma faixa

em vossos olhos

para que vossas visões

se direcionem além deste mundo.

eu fiz o instruído

e fui levado a uma montanha,

onde o suco que escorria

de meus versos

tinha uma benção,

 

porque – já naqueles

tempos – amava ardentemente

as palavras.

 

agora, vim para ser curado,

para me deixar conduzir

pelo espírito de deus

e encontrar a sabedoria,

porque é o senhor

quem a dá.

 

e, agora, como um furacão galopante,

fui tomado de visões mais claras.

 

“aqui estou, aqui estou”,

gritam elas

com o seu silêncio de estrela


Mais textos no Instagram do autor: @rudirenatojr


Um comentário:

  1. Parabéns Rudi, pelos belos poemas, continue pois está em bom caminho. Esqueça as musas da idolatria. Deixe que Ruach Hakodesh lhe inspire.

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