“Heureux qui, comme Ulysse, a fait
un beau voyage…”
Joachim du Bellay (1522-1560)
Terá Ulisses visto fumegar a carne
assando
subir acima das nuvens que submergiam
a visão?
Por onde navegou ele entre Circe a
a dormência
das ondas, que o embalavam para um
lado e outro?
aspirava rever da aldeia a sombra
da casa que os seus maiores
construíram
e cada onda empurrando a balsa
é um tijolo que refaz a memória da
casa
do azul incandescente surgem aves
das bandas da ribeira, canto trazem
a notícia
da morte das sereias, já não
precisa o herói
de segredos de ser amarrado ao
mastro
para aprender que o sonho é a
realidade
a sabedoria e o amor, que Penélope
já não está encerrada em casa de
mãos presas
ao tear, o dorso vergado ao sol
que nasce e se põe em cada dia
já não há sombra nem esperança
eis Olissipo que se eleva da
claridade do rio
Rui Miguel Duarte
19/11/2015
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