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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

DA PALAVRA

Esta criança que eu fui veio a mim
Uma vez,
Ignoto o seu rosto,

Não disse uma palavra, caminhámos
Cada um fixando o outro em silêncio, nossos passos
Ribeira indo-se, ignota.

Raízes nos reuniram, no nome destas folhas
que viajavam no vento
Separámo-nos,
Floresta escrita pela terra, narrada pelas estações.

Tu, a criança que eu fui, aproxima-te:
O que há, doravante, para nos unir, e para nos dizermos?

Adónis, poeta sírio (n. 1930), a partir de tradução francesa.

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