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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

COMO, (meta)poema de Daniel Glaydson Ribeiro



 COMO


...se ao poema coubesse ainda e apenas
lê-lo, com humana voz sem excesso
no ritmo puro do tempo disperso
como se houvessem raças e antenas,

numa ausência de qualquer artifício,
como se eu detrás duma cortina,
sumisse, e esta língua que imagina
já não fosse a máquina do início.

Tal como a luz do sol ou a da lua
as nuvens, os raios e tempestades
são sublime teatro-transcendência,

a Voz é meu corpo a dançar, eu nua;
língua é ruído de todas vontades,
o poema: barulho-excesso-essência.

(Pulsão de língua, 2021)

Acesse o canal literário do autor, no Youtube: 


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