Não quero uma coroa
que me esmague a cabeça, nem louros
que deem a impressão de ter impérios
Camões teve-a
em troca do seu olho e morreu de fome
Não quero coroas de rosas, que são para
as virgens que envelhecem sem destino
Nem muito menos
quero uma coroa de
espinhos
onde o sangue
floresça, só uma
cabeça a pôde ter e o sangue correu
pelo arco-íris dos seus olhos
Não quero nada, nem esse vinho
em taças de alabastro da poesia.
em taças de alabastro da poesia.
04/10/2017
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