Então darei a chuva da vossa terra ao seu tempo...
(Deuteronômio, l , 14)
E verás que a tua semente,
a mais menor, a mais pequena,
aquela que supunhas perdida,
estiolada entre as pedras,
em fortes raízes penetrará a terra mãe,
e transformará tua desesperança,
arrebentada em frutos sazonados.
Não será mistério, irmão do campo,
não será milagre, camponesa amiga.
Corre os olhos secos pelos céus,
apura o ouvido.
Te digo que não são roncos de avião,
nem são ribombos de canhões.
E este assobio que vem nos ventos,
não são sibilos de fuzil.
É a grande chuva que vem de longe,
no bojo plúmbeo da tormenta.
Não será mistério,
não será milagre.
Já te vejo suando o teu cavalo,
galopando feliz pelas pastagens.
Vejo o teu gado sobre os campos,
ouço o mugido dos tens bois.
Prepara a tua voz, irmão do campo,
Prepara a tua voz
para um apoio novo.
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