aprendi a língua da Babilónia
a língua que falam
as árvores
da glória
aprendi como os jardins se levantam
e abraçam o zigurate
aprendi a moldar a lama
e dar-lhe a candura do rio
aprendi a língua da Babilónia
a língua que cantam
sonhos estátuas duras
de profecia
aprendi que o vinho existe
e que se degusta antes de o dia
ter espessura
que se bebe de janela aberta
só
aprendi
onde as ruas
se cruzam
com masmorras as vozes que denunciam
que o banquete dos aromas
vai começar
aprendi e depressa desaprendi
o que tem a Babilónia para eu lhe ensinar?
Rui Miguel Duarte
31/12/13
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