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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O POETA PÁRA DE ESCREVER


O poeta encomendou o silêncio
amadureceu as vestes

Se o poeta parar de escrever
onde poderão os pássaros encher
as mãos dos homens
do mistério das asas
onde poderá crescer o grão
do trigo debicado pelo vento
que é a ondulação
do mar nas searas

Se o poeta parar de escrever
o rebanho dos homens
adormece e sonha paredes em branco
sem o lirismo de uma janela

O poeta não depende do sol
nem do atavismo de estrelas
no seu sangue, o poeta nasce
de si mesmo, se mesmo se exilar
continua a ter cânticos como lábios

O poeta se parar, escreve
nos seus olhos com as lágrimas.

10/12/2009

© J.T.Parreira

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