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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

THOR ODINSON



THOR ODINSON

URSS, 1941

Para Rui Miguel Duarte

Noturno, nigromante irmão
tua blitzkrieg, tua encouraçada traição
 rompe sobre meus pântanos gelados,
minhas extensões de
desconsolo e sesmarias de cismas

- Eia!, antigo amigo: acelere vossa marcha
de antiterno anticristo
eu já incendiei meus celeiros
para iluminar a chegada de teu cortejo
já arregimentei minhas crianças
para fábricas e fronts...
Expandi minhas aberturas
como uma cortesã, para saciar
com meu rubro (abr)aço
a solidão de teus soldados

Filho de Ymir, meu meio-irmão
traga célere-impávido
teu peito ávido
até o aguilhão forjado
de meu sangue congelado,
curvada Foice, meu estendido
punhal de frio.

Loki meu irmão,
fabulário de ardis, vem:
traga a tepidez mumificada de teu rosto
de encontro ao trovão de meu Martelo.

Ao que vencer, Midgard.

Este poema deveria ter entrado no livro Poemas da Guerra de Inverno, mas seu rascunho acabou ficando 'perdido' no bloco de notas de meu telefone celular, e só agora o reencontrei e pude trabalhá-lo melhor. Ofereço-o ao amigo Rui Miguel Duarte, entusiasta de primeira hora de meus poemas de guerra. Utilizei as conhecidas personagens da Mitologia Nórdica para configurar alemães e soviéticos. Loki, filho do Gigante do Gelo Ymir, foi adotado por Odin, pai do deus do trovão, Thor, tornando-se assim meio-irmão deste, no reino celestial de Asgard. Com o tempo, revelou sua face ardilosa, traindo seu irmão. 'Midgard' é o que chamamos de planeta Terra... Quanto à metáfora da Foice e do Martelo, está por demais patente, mas cabe lembrar aos muito muito jovens leitores que eram (são) símbolos do Comunismo.

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