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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Visita, poema de Octavio Paz

Sammis Reachers


VISITA



Através da noite urbana de pedra e estio
entra o campo no meu quarto.
Alonga braços verdes com pulseiras de pássaros,
com pulseiras de folhas.
Traz um rio pela mão.
O céu do campo também entra,
com o seu cesto de jóias frescas.
E o mar senta-se ao meu lado,
estendendo seu rasto alvíssimo no solo.
Do silêncio rebenta uma árvore.
Da árvore pendem palavras belas
que brilham, amadurecem e caem.
À minha frente, caverna habitada por um relâmpago...
Porém tudo se povoou de asas.



Tradução de J.T.Parreira

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