MERCADO DE POESIA
Letras
em púrpura
lírica
destilada
em
riso e pranto,
sabor
de fruta fresca
e
cheiro de folhas ao vento.
Sobre
o balcão
os
poemas são essências
de
uma linguagem perdida
de
tinta em silêncio.
Não
pulsam, mas ardem
enquanto
o olho do poeta
no
canto do mercado
parece
um punhal de pedra
esperando
o comprador.
TRABALHO DE POETA
Estou
em uma selva de nervos.
Dizem
que o estresse
vem
do trabalho excessivo,
vem
de dormir a manhã inteira
e
de levantar-me ao meio dia
descansada
e triunfante
para
viver a palavra
que
se detém em outros lábios.
Mas,
não. O trabalho do poeta
embora
seja como
um
poço sem fundo,
é
também como um tango
bem
ou mal cantado
que
padece nos círculos espaciais.
Minha
dor não vem do trabalho:
ao
contrário, meu trabalho
vem
da dor, do verso de pedra
que
faz explodir o horror
enquanto
espero a vida
começar
outra vez.
Fonte: Pavilhão Literário Singrando Horizontes