segunda-feira, 16 de julho de 2012

Encontro com James Joyce em Zurique




Perdoa-me, Ezra Pound, que imperturbável
te receba
o meu jardim estiola sobre um epitáfio

lavrado no chão e estou cansado
desta morte
na forma de liga de metal
perdoa-me que olhe para ti
pela cegueira do infinito
Vieste visitar-me, meu velho poeta
meu filho crescido
no bolso do sobretudo é bom que tragas
para desvendar os Cantos de Pisa
os instrumentos para o meu Leopold Bloom
esse homem vacilante do Ulysses
aprender a tua firme sabedoria
Perdoa-me Ezra, que não me levante
mesmo que os meus olhos não consigam
apanhar o teu tão alto tamanho.

16/7/2012


© J.T.Parreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...